O projeto proposto tem como ponto de partida sua inserção no projeto do Hidroanel, desenvolvido pelo Grupo Metrópole Fluvial. Deve ser entendido como uma tentativa de desenho em uma escala mais aproximada, que leva em conta as peculiaridades do trecho dado como sítio do projeto. 

 

O edifício, ou, o caminho de edifícios, passarelas, marquises e jardins propostos, imita o caminho do canal que liga uma pequena represa a uma eclusa, e que transborda para os rios meândricos na outra margem do Hidroanel, optando por revelar o canal em si, como um espelho d‘água que passa por “dentro” do edifício. É também a transposição entre os dois lados da cidade que o caminho das embarcações interrompe. Mas, tem como principal mote, dentro do caráter primordial de seu programa proposto original, não só a ligação, mas também ser parte do complexo de parques e áreas de recreação e lazer que são projetados ao longo do caminho das águas no projeto do Hidroanel.

 

O projeto, em síntese, quer ser parte desse complexo de infra-estruturas maior, ressaltando por meio do desenho de uma escala aproximada, o desenho proposto na grande escala, de forma que seu caráter de equipamento de esportes, ensino e recreação seja apenas um de seus propósitos, não por ser o menos importante, mas por que se acredita que um edifício com esse programa tem maior força e alcance quando se insere na cidade dessa forma.

 

A organização do projeto se dá através de um grande eixo, em dois níveis: o caminho do canal, no nível térreo, e a marquise, a cinco metros deste, que liga o parque da represa ao parque que acompanha o percurso do Hidroanel. Nesse último nível, abriga um jardim suspenso em caixas metálicas no meio de seu percurso - uma sugestão de um terceiro “parque” intermediário, uma pausa que demarca essa ligação.

 

A marquise e seus desdobramentos, enfim, se apresentam como um espaço potencial para um convívio coletivo, atuando como uma praça que gera encontros e atividades diferenciadas, intercâmbio entre os que vão aos parques, os que estudam na ETEC, os que vão ao teatro, os que nadam, jogam bola, os que vivem do outro lado do rio, os que vivem no quarteirão ao lado e os que vivem longe e vêm de trem.