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casa brava

 

equipe paula saito

orientador antonio carlos barossi

ano de projeto 2013

Em 1980, em Ubatuba, na Praia Brava da Fortaleza - praia que sempre frequentei, desde minha infância até hoje - meu pai comprou um terreno. E, desde então, estamos todos da minha família (eu, minha mãe, meus três irmãos) um pouco enraizados lá, por causa do terreno, da praia, das férias que sempre passamos lá.

 

O terreno é uma faixa de terra que vai do divisor de águas até o rio, no morro que bate muito sol (que fica em frente ao que tem sombra, floresta e muitas casas), que tem basicamente sapé e pedras. Uma casa nesse terreno é um sonho que permeia toda a minha vida. E no sexto ano de faculdade de arquitetura, quis colocá-lo em prática, mesmo que apenas no papel.

 

Este é um projeto aberto, que é mais um ponto de partida do que um ponto de chegada. São inúmeras possibilidades, e inúmeras decisões de projeto possíveis. Acredito que há tempo para pensar no projeto até que ele seja concretizado, há tempo para pesquisar e mudar de idéia. Há outros da família que farão seus projetos. Este será apenas um que contribue para nossa casa brava.

 

O que define o projeto é o chão habitável e duradouro. Está implantado perto de uma das arestas do terreno, num trecho que é pouco inclinado, em torno de 25% em média na transversal, e muito pouco na longitudinal. A implantação do projeto segue as curvas de nível, tentando ser o mais longitudinal possível. Não optei por uma casa suspensa, por que me pareceu que tendo um chão sólido já se tinha algum lugar para ficar, e que, se tudo ruísse, pegasse fogo, voasse, o chão ainda estaria lá para montarmos um acampamento. 

 

Primeiro se constrói um muro de pedras perimetral que segura a terra do corte e aterro e o primeiro eixo longitudinal dos pilares que virão . Depois uma sapata corrida na segunda linha de pilares. Uma grelha acompanha esta última linha de sapata e delimita o interior/exterior da casa que será construída. Acima do aterro e do muro coloca-se um contra-piso com muita areia grossa, sem impermeabilização e por cima do contra-piso assenta-se um piso de tijolos bem queimados. Esta seria a primeira fase de construção, onde se construiria também dois blocos de concreto: o dos banheiros e o da cozinha, o que pediria também a instalação das caixas d‘água, da fossa e do acesso. Construída esta base, poderíamos acampar, com lonas, etc. 

 

A segunda fase de construção seria leve e de rápida execução: estrutura de madeira telhas termo-acústicas, com distância de eixos longitudinais de 2.3m e de eixos tranversais de 4.15m.  Futuramente pretendia pesquisar outros métodos construtivos de vedações, que eu e minha família poderíamos realizar acampando na estrutura inicial. Mas para a disciplina decidi desenhar uma opção “factível”, de paredes de alvenaria (que serviriam de travamento) e portas  e caixilhos de vidro e madeira.

 

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